terça-feira, 21 de junho de 2016

Memória



Memória

Não me esqueças!
Essa é a única súplica
que chegará aos teus olhos
e aos teus ouvidos agora.

É que não creio em amor suplicado,
senão eu o faria sem titubear.
Não me apagues de vez da tua memória,
somente me deixa ficar...

Deixa-me morar nas tuas sinapses antigas,
deixa que eu fique reverberando
como uma doce canção amiga.

Apenas permitas que eu seja um átimo
de esperança de que o amor não
se acaba, mas se transubstancia...

Que não seja minha imagem para ti
apenas um cigarro queimado,
um guimba na calçada,
uma fumaça esvaída.

Deixa que eu me acumule em átomos ínfimos,
que um dia foram sorrisos nos teus lábios.

Não quero nada. Não peço nada.
Não te devoro. Não te procuro na enseada.
Não te devoro. Não exaspero.
Não te imploro. E nada espero.

Mas é que preciso de um lugar para morar,
e na tua memória é um bom lugar,
é o meu paraíso inventado, onde
tudo pode ser algodão-doce e pé de maçã.

Mas se desejas e precisas mesmo me esquecer,
então te peço que esperes até amanhã!


Lilly Araújo – 21/06/16
 [12:00h]  


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