terça-feira, 7 de junho de 2016

Eu penso que sou



 
Eu penso que sou

Amanhece.
Estou com os cabelos vermelhos
recém pintados contra a luz do sol,
eles brincam de nuances diante de meus olhos.
Eu me encanto com a luz nos fios escarlates,
e penso que eu mesma sou luz do sol,
e vou amanhecendo...

Sonhei com borboletas
sobrevoando meu céus esta noite,
em nuvens de cores psicodélicas e sólidas.
Havia tantas delas, que de repente,
não era mais céu, só borboletas.

Eu sou borboleta vermelha,
ou azul, ou celofane,
quem há de saber?

Anoitece.
E a luz foge de mim desorientando meu eu,
descubro atônita, que na minha
pretensão de ser sol, eu não era nada.

Sento-me na calçada,
a alma cabisbaixa e as palavras caladas.
— Eu não sou nada!

O silêncio é quebrado
por um lampejo de luz que me distraí
da  introspecção melancólica:
são vaga-lumes esverdeados.
— eles pensam que são estrelas!
Eu sorrio, eu vou seguindo esse brilho...
Eu penso que eu mesma sou estrela.
Anoiteço!

Lilly Araújo – 07/06/16
(10:10h)

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