Conversa de amor
O amor é
líquido.
Minha
saudade também.
Vivem
escorrendo em mim,
dentro e
fora, por toda eu.
Preciso de
uma toalha pena de ganso,
para
recolher minha umidade
com ternura
e delicadeza.
Minha
saudade é água cristalina
que tenho de
beber antes que se seque,
antes que o
pôr do sol chegue,
e eu me
lembre novamente de ti .
Mas que
empáfia a minha falar em esquecimento!
Que
desfaçatez mais descabida!
Eu não vou
te esquecer.
Assim como
não se esquece da vida.
Eu só vou te
esquecer na verdade,
o dia em que
enlouquecer,
e nome da
minha loucura será o teu nome,
e por ele
passarei a ser chamada.
Então,
estarei de vez trancada dentro de ti,
e perderei as
chaves para sempre.
Serei, da
minha doença, uma enferma feliz,
e sei que me
tratarás com emplastros
de chuva, de
rios e de mar,
e eu serei
um oceano.
É só por ti,
e por essa coisa de te escutar,
para além da
voz, e acima das nuvens,
é que para Terra eu retornei.
Meus pés já
estavam além,
meus sonhos
já tinham partido nas asas
de Peter Pan
e os “Meninos Perdidos”,
mas tu sussurraste saudades,
e eu entendi
meu nome.
Foi fácil
lembrar porque eu quis crescer um dia,
foi por
causa do amor,
esse amor
mágico e psicodélico,
maior que
toda e qualquer fantasia.
O amor me
chamou, e eu retornei.
Agora meu
coração só conversa encontros,
sob a luz
das estrelas, e vaga-lumes e pirilampos.
Lilly Araújo
- 31/05/16
(18:58h)
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