terça-feira, 31 de maio de 2016

Conversa de amor



 

Conversa de amor

O amor é líquido.
Minha saudade também.
Vivem escorrendo em mim,
dentro e fora, por toda eu.

Preciso de uma toalha pena de ganso,
para recolher minha umidade
com ternura e delicadeza.

Minha saudade é água cristalina
que tenho de beber antes que se seque,
antes que o pôr do sol chegue,
e eu me lembre novamente de ti .

Mas que empáfia a minha falar em esquecimento!
Que desfaçatez mais descabida!
Eu não vou te esquecer.
Assim como não se esquece da vida.

Eu só vou te esquecer na verdade,
o dia em que enlouquecer,
e nome da minha loucura será o teu nome,
e por ele passarei a ser chamada.

Então, estarei de vez trancada dentro de ti,
e perderei as chaves para sempre.
Serei, da minha doença, uma enferma feliz,
e sei que me tratarás com emplastros
de chuva, de rios e de mar,
e eu serei um oceano.

É só por ti, e por essa coisa de te escutar,
para além da voz, e acima das nuvens,
é que  para Terra eu retornei.

Meus pés já estavam além,
meus sonhos já tinham partido nas asas
de Peter Pan e os “Meninos Perdidos”,
mas  tu sussurraste saudades,
e eu entendi meu nome.

Foi fácil lembrar porque eu quis crescer um dia,
foi por causa do amor,
esse amor mágico e psicodélico,
maior que toda  e qualquer fantasia.

O amor me chamou, e eu retornei.
Agora meu coração só conversa encontros,
sob a luz das estrelas, e vaga-lumes e pirilampos.

Lilly Araújo - 31/05/16
(18:58h)

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