Pintura
Não me
queira obrigar a vos amar,
vós, olhos
insensatos e cobiçosos,
vós, néscios e imprudentes.
Não sou para
vós mais que pintura
em moldura
de ouro.
Não me
queiram capturar,
vós,
caçadores implacáveis,
que nunca
dizem basta!
Eu não sou a
vossa caça!
Não me
interpelem
na rua ou nas
praças,
Eu não quero
mais ser educada.
Eu quero
apenas paz!
Não me amem!
Eu vos imploro.
Que esse
sentimento que vos tomais
em nome
daquele outro,
que é, entre
todos, o mais nobre,
não passa de
um comichão
de um querer
egoísta e pobre.
Não venhais,
com vossas bocas
que escondem
espadas afiadas,
e no fundo
da taça, o absinto,
oferecer-me
à boca a bebida que não quero,
que não
desejo, e que não preciso!
Eu sou
borboleta, ou cisne,
ou vulcão ou
tsunami,
ou tempestade
ou calmaria,
ou pranto ou
alegria,
mas isso é
apenas para um único ser
que no paraíso
me colheria.
Então,
esquecei-me de vez.
E ide em paz
por vossos caminhos,
eu trilharei
o meu em devoção e silêncio,
trazendo no
peito um amor
que não
arromba, não violenta
e não vomita
impropérios.
É assim que
aprendi a amar.
E sou
apenas, tão imperfeita!
Lilly Araújo
20/05/16
(12:53 h)
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