quarta-feira, 4 de maio de 2016

Bandeja de prata


Bandeja de prata

Oferecer-me-ei em bandeja de prata,
em doses homeopáticas,
com a alma fracionada.

Porque sou tanto,
e muito e sempre,
que se enojarás logo de mim,
e a culpa é toda minha apenas.

Mea culpa sempre.

Serei fracionada.
Dopada, refreada,
e quase vegetativa,
antes que consuma-me
em amor febril.

Estou retornando para penumbra,
à sombra de mim mesma,
porque o espelho me assustou.
Não consigo mais me encarar,
são tantas curvas, e fibras, e carnes
e suspiros, e músculos entumecidos...

Recolho-me. Calada.
Alma fracionada.
Em bandeja de prata.

Lilly Araújo – 04/05/16 [11:50h]



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