Caleidoscópio
Era assim
que era:
Por um tempo
foi tudo cinza,
depois, pouco
a pouco,
cores
tímidas foram surgindo;
mas o azul
era apenas azul,
e cada cor
sua própria cor.
Nesse tempo,
até o sol ainda
continuava apenas
amarelo...
De repente,
o rosa foi ficando intrometido,
metendo o
bedelho em todo canto:
No lenço, na
flor, nos olhos, na pele, no sorriso...
Para onde
quer que se olhasse: — o rosa!
E esse fato
se deu não muito tempo depois
que descobri
que a cor verdadeira do sol é o verde.
Foi mais ou
menos na mesma época
que ouvi dizer por aí que o rosa, a cor do
amor!
Agora, tudo
tá metamorfoseando,
e tão rápido
à minha frente,
que me sinto
desconcertada, desequilibrada.
O azul já não é um azul qualquer,
é o azul de
Machado,
o azul livre
e de asas
sobrevoantes
na floresta de concreto.
[Blue Butterfly in a grey sky]
Nessa
mudança, quase quântica,
e tão
tsunâmica, vieram além de cores,
mil
sentimentos e certas dores.
[Amar dói
né, tio?]
Com a dor,
não poderia ser diferente,
vieram muitas lágrimas.
E com
lágrimas, tudo perde a cor por um instante,
a imagens
viram linhas deformadas e indefinidas;
objetos: apenas
uma penumbra embranquecida.
Mas a
lágrima não é de todo o mal,
funciona
também como prisma,
e cada feixe
de luz pode ser um arco-íris,
trazendo as
cores todas de volta novamente.
e ao olhar
através disso,
se enxerga a vida num caleidoscópio gigante.
Era assim
que era...
Lá no
começo...
Quando a
metamorfose deu start.
Agora tudo
anda bem vermelho por aqui...
E denso, e
tonto, e líquido...
Faz parte!
Lilly Araújo
08/05/16 [03:28h]
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