domingo, 8 de maio de 2016

Caleidoscópio



 
Caleidoscópio

Era assim que era:

Por um tempo foi tudo cinza,
depois, pouco a pouco,
cores tímidas foram surgindo;
mas o azul era apenas azul,
e cada cor sua própria cor.
Nesse tempo, até o sol ainda
continuava apenas amarelo...


De repente, o rosa foi ficando intrometido,
metendo o bedelho em todo canto:
No lenço, na flor, nos olhos, na pele, no sorriso...
Para onde quer que se olhasse: — o rosa!

E esse fato se deu não muito tempo depois
que descobri que a cor verdadeira do sol é o verde.
Foi mais ou menos na mesma época
 que ouvi dizer por aí que o rosa, a cor do amor!

Agora, tudo tá metamorfoseando,
e tão rápido à minha frente,
que me sinto desconcertada, desequilibrada.

O azul já  não é um azul qualquer,
é o azul de Machado,
o azul livre e de asas
sobrevoantes na floresta de concreto.
[Blue Butterfly in a grey sky]

Nessa mudança, quase quântica,
e tão tsunâmica, vieram além de cores,
mil sentimentos e certas dores.
[Amar dói né, tio?]

Com a dor, não poderia ser diferente,
vieram   muitas lágrimas.
E com lágrimas, tudo perde a cor por um instante,
a imagens viram linhas deformadas e indefinidas;
objetos: apenas uma penumbra embranquecida.

Mas a lágrima não é de todo o mal,
funciona também como prisma,
e cada feixe de luz pode ser um arco-íris,
trazendo as cores todas de volta novamente.
e ao olhar através disso,
se enxerga  a vida num caleidoscópio gigante.

Era assim que era...
Lá no começo...
Quando a metamorfose deu start.
Agora tudo anda bem vermelho por aqui...
E denso, e tonto, e líquido...
Faz parte!

Lilly Araújo 08/05/16 [03:28h]

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