quinta-feira, 12 de maio de 2016

Quando você



 

Quando você
“Nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos”
Lya Luft

No momento em que eu comecei a derreter por você, eu percebi que as coisas na minha vida nunca mais seriam a mesma, e que o start tinha sido dado há dias, sem que tivéssemos consciência futurística de onde isso iria chegar.
No começo era medo e curiosidade o que eu sentia, encantamento pelo azul, mas era o azul da alma. E o que você sentia, acho que era encantamento pela “eu selvagem e livre”. Depois o encantamento foi se aproximando e se aninhando em nossos peitos intrusivamente. Eu não sabia se queria, aliás, querer ou não querer não estava em pauta nesse momento.
Você aconteceu-me como essas coisas assim: que vêm e tiram o fôlego, e saem, e olham para trás, e sorriem de deboche ao ver o impacto que causaram... E se alegram de ser tsunami, e que se alegram de serem asas de paz.
Quando você chegou e sorriu pra mim, eu sorri no seu riso também. Eu gostei de me encantar na mesma proporção que gostei de ser objeto do seu encantamento.
Quando você chegou, disse que eu era beija-flor, então eu te beijei.
Quando eu me deixei aproximar, eu vi que você era beija-flor, então eu fui flor!
Quando nos fundimos no “lugar dos não lugares”, e passamos a ser apenas energia que se reconhece e se deseja, longe de todas as regras e fugidias a todas às leis da Terra. Quando passamos apenas a “SER”, sem explicações plausíveis, e sem se submeter sequer às leis da gravidade; então eu pulei, e caí para cima! Você me amparou, segurou a minha mão, ainda que na verdade, você é que precisava ser amparado.
Quando nos conectamos, no lugar que é “aí e aqui” ao mesmo tempo; e onde flutuamos livres e nós, e nus; eu pude sentir seu cheiro de amor; seu cheiro de medo; sentir os seus cheiros... Eu também passei a ser “cheiros e sentidos” e calor e olfato, e lembranças doloridas, e lágrimas de exaspero, e lágrimas de prazer...
Quando você enfim, chegou, com toda a sua bagagem de alma, e deu-se a conhecer para minha própria alma; e me permitiu enxergar-me com olhos mais serenos que os meus me podiam ver...
Ah, quando você chegou!!! Foi tsunami em mim. Foi vulcão. Foi leito em chamas, peito em brasa, e sorriso atordoado e sem graça. Mas também foi calmaria, e chuva de diamantes liquefeitos, escorrendo por todos os poros.
Quando você chegou me ensinou a cor verde do sol, o tom do som, e me ensinou a fazer amor com as palavras, eu era tão nada; tão tola; e tão virgem. Eu, atrapalhada na terra da emoção, sem saber onde pousar as mãos...

Quando você voou, eu chorei outra vez, e depois eu sorri.
Eu nunca mais seria a mesma!
Depois de você: — eu era melhor agora.

Lilly Araújo 12/05/16 13:03

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