sexta-feira, 29 de julho de 2016

Reclusa


Reclusa

Que coisa estúpida ser eu!
Estou de novo sangrando pelos dedos.
Que coisa estapafúrdia te sentir em segredo.
Estou renegando os meus medos.

Reclusa, sob essa redoma de esconder-me de ti,
eu vou evaporando sem restar nada de mim.
E negar-te, é tudo que me restou da armadura,
de defender-me debalde dessa funda fissura.

Tu me feres e me curas com a medida do mesmo olhar,
onde me perco e me acho, e não quero me encontrar...
Tu és o ócio do meu coração vagabundo
que inventa de doer todas as dores do mundo.

Eu te odeio, na mesma mentira impetuosa e traiçoeira
que me faz ser toda tua sem que eu queira.
Eu te amo, esse amor inútil egoísta, desmedido e sem eco,
e no entardecer de cada dia eu sigo sangrando, mas a tudo nego!

Lilly Araújo – 29/07/16

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