segunda-feira, 18 de julho de 2016

Closer
















Closer
 
O ato de escrever para o poeta é arriscar-se demais. É desnudar-se para todos sem armadura nenhuma que o proteja. 

Deve-se, portanto ter alguma cautela. Escolher um local adequado para suas aparições. Um palco de preferência bem alto e pouco iluminado. Porque se expor para o público é mesmo muito arriscado.
Mas pior ainda que o ato de expor-se em meio a uma multidão, é fazer isso para apenas um par de olhos. Porque a primeira opção, apesar de parecer mais amedrontadora à priori, não é nem de longe, o risco maior, e é com certeza menos perigosa que se mostrar para um único espectador. 

Porque na multidão, há muitos seres com gostos diferentes. Uns hão de amar, outros hão odiar e outros ainda apenas não saberão opinar. Mas se você passa a se apresentar para um único ser... Ah, é aí então que começa a se perder.

Porque perto demais se lhe aparecem todos os defeitos ocultos. Cada ruga e prega que a maquiagem tentava esconder. Aparecem os sons descompostos, e às vezes indecorosos. Aparecem-lhe inclusive as partes pudendas tão censuradas e repugnantes. Perto demais aparece tudo que se escondia antes. Mostra-se o que não se deseja e não se pede.

Perto demais: O poeta fede!


Lilly Araújo - 13/05/16

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