terça-feira, 22 de março de 2016

Pequenas considerações sobre valorização própria



Pequenas considerações sobre valorização própria

Bem, minha reflexão nasce após a retomada de leitura de um livro.
Considerando o tamanho da obra em questão, creio que eu tenha chegado ao capítulo referente à 1/6 deste livro quando o abandonei. Hoje, retomando a leitura, a partir do primeiro capítulo, é claro (devido ao tempo prolongado da pausa) eu me deparei com um prazer tão estupendo, que custo a crer que uma vez tendo começado tal história, eu tenha sido capaz de deixá-la de lado, ou melhor dizendo, que tal leitura me seja hoje tão completa e satisfatória, que a única explicação para meu desdém para com ela em um momento anterior, seria o fato de que eu é que não me encontrava pronta para sua magnitude.
Da mesma forma que o ocorrido deixou-me desconfortável por um lado, por outro oposto, penso que foi uma boa oportunidade de refletir, quase que filosoficamente, mas de forma bem palpável, que na nossa vida cotidiana, o exemplo em questão se repete inúmeras vezes sem nos darmos conta, e a reflexão de tal âmbito poderia nos livrar de várias falsas impressões que acabamos por levar de si mesmos.
O que estou tentando explanar aqui é simples, e se trata de algo que, apesar de subjetivo, tem grande poder de atuação sobre quase todos, para não dizer todos, seja em uma maior ou menor proporção. A palavra que melhor descreve este estado “psicossocial” a que estou me referindo é REJEIÇÃO.
Se considerássemos com tanta lucidez, com a que cheguei hoje, após a ocorrência deste fato acima descrito, de que muitas vezes a rejeição não é um referencial de valoração ou desvalorização de um objeto, ou mesmo um indivíduo, mas que muito provavelmente, esta, se preste à função inconsciente de aferição do ser que está praticando o ato e não o contrário. Ou seja, a rejeição pode se prestar ao papel de apontamento da capacidade do “ser que rejeita”, e não ao contrário. Exemplificando: Um objeto ou uma pessoa será rejeitada não por estar aquém de suas expectativas, mas por estar exatamente além (parecer aos seu olhos boa demais) causando assim a sua recusa em obtê-la.
Vejamos bem, no caso do exemplo citado, não era minha impossibilidade de ler a obra que me fez rejeitá-la, por não ter acesso à mesma, ou por não compreender a língua em que estava descrita, ou outro impedimento qualquer, mas tão simplesmente, o fato de que eu não me encontrasse num momento de maturidade ou paz de espírito necessário ou outra definição equivalente, que me permitisse perceber a oportunidade que me estava nas mãos.
Dessa forma, depois de uma curta reflexão, me veio a iluminura da compreensão de que, várias experiências de rejeição, pelas quais fui submetida no decorrer da vida, na verdade não se tratavam de mim, mas sim da capacidade do “ser rejeitador”, de compreender ou valorizar o que estava em seu “acesso”, por assim dizer.
E isso é um passo muito significativo para cura de várias crostas arquivadas nas emoções, não somente para minha experiência pessoal, mas podendo e devendo ser estendida a todos demais, pois uma vez vivos, e participantes dessa complexidade mental que possuímos, nós, os seres humanos, biologicamente classificados Homo sapiens sapiens exatamente pela consciência que temos de si mesmos.
Sem mais delongas, um “viva” a esse dia memorável, quando filosofia, psicologia e literatura se fundiram diante de meus olhos para apontar a possibilidade de uma cura de experiências traumáticas a que nos expomos dia a dia.

P.S.: O livro em questão trata-se do “Quando Nietzsche Chorou”, do autor Irvin D. Yalom, do qual alcancei apenas o primeiro capítulo antes da pausa para escrever essas impressões que me causaram.


#Lilly Araújo  16/02/16.


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