sábado, 9 de janeiro de 2016

Caixa de Pandora


Caixa de Pandora

Eu te coleciono,
como se cada peça tua fosse minha,
e fizesse parte do meu ser.
Eu te coleciono a cada imagem,
a cada sorriso,
em cada novo amanhecer.

Eu te guardo
na minha Caixa de Pandora,
e a abro todos os dias,
sem ter medo de morrer.

Eu te sorrio e te choro
na mesma lágrima
e na mesma gargalhada,
porque já não sei
se és riso ou pranto.

E quando vens,
em nuvens, em sussurros,
em imagens ou lembranças,
eu me lembro que já morri,
quando de mim
se foram todas as esperanças.

E eu sigo a colecionar-te
em fragmentos revoltos.
Tua imagem sorridente e
teus cabelos soltos.

Ah!... Aqueles fios entre meus dedos,
e meus dentes entre teus dentes,
e o teu ser em minhas entranhas...

Eu te coleciono,
nesse forma de continuar viva,
dessa maneira tão estranha.


Lilly Araújo 09/01/16

Um comentário:

  1. Ser poeta é isso, é servir as próprias aflições como deleite para quem as lê. Um beijo.

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