Redenção
Quero minha nudez sob o chuveiro frio
nessa manhã congelada e solitária,
ter os poros eriçados
e sentir a pele ser ferida por mil navalhas.
Quero a água percorrendo
meus pecados e lavando-me toda.
Quero a redenção dos pobres perdidos,
e ver apagar de sobre mim
todas as digitais.
Vou deixar fluir junto aos fios gélidos
meus fluídos quentes,
os salgados, os doces os amargos.
Tudo goela abaixo e ralo a dentro.
E depois de exaurida,
esquecida de todos os vestígios de outrora,
vou fechar os olhos na aurora,
fazer dela minha madrugada que não veio,
onde a cama será o leito da redenção,
e os lençóis o manto santo desse corpo pagão.
Lilly Araújo – 02/09/16
07:40h
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