O embrulho
Eu sei que
sou bela!
Possuo uma
beleza singela,
às vezes
chamada de anjo,
às vezes com
cara de sapeca,
às vezes,
até sedutora,
— Por que
não?
Eu sei que
possuo uma
casca
incrementada,
acima da
média, apesar de
bem abaixo
do ideal.
É uma casca
sim, e mais nada!
E é onde
minha alma habita prisioneira,
muitas vezes
com vontade de voar...
Viva o culto
à beleza!?
— Sim,
vivamos, e
deixemos de
falsas modéstias!
A beleza
está aí para ser aprovada,
reprovada,
procurada, lapidada...
Mas, antes
de me despirem as roupas,
por onde
andam os olhos
dispostos a
ir além?
Essa casca
de porcelana, tão frágil,
tão ínfima,
tão momentânea,
é só um “embrulho”
mais adornado,
de um ser
que vive e que pulsa
num silêncio
não deflagrado.
Um SER que É!
E sendo, tem
sede de gritar:
— Ei, estou
aqui dentro,
quem pode me
encontrar?!
Lilly Araujo
14/02/16
Eu tenho alguma coisa um pouco parecida, escrita. Pelo menos a ideia geral é a mesma. Lembro que no fim chamo pela minha mãe.
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