domingo, 14 de fevereiro de 2016

O embrulho

















O embrulho

Eu sei que sou bela!
Possuo uma beleza singela,
às vezes chamada de anjo,
às vezes com cara de sapeca,
às vezes, até sedutora,
— Por que não?

Eu sei que possuo uma
casca incrementada,
acima da média, apesar de
bem abaixo do ideal.
É uma casca sim, e mais nada!
E é onde minha alma habita prisioneira,
muitas vezes com vontade de voar...

Viva o culto à beleza!?
— Sim, vivamos, e
deixemos de falsas modéstias!
A beleza está aí para ser aprovada,
reprovada, procurada, lapidada...

Mas, antes de me despirem as roupas,
por onde andam os olhos
dispostos a ir além?

Essa casca de porcelana, tão frágil,
tão ínfima, tão momentânea,
é só um “embrulho” mais adornado,
de um ser que vive e que pulsa
num silêncio não deflagrado.

Um SER que É!
E sendo, tem sede de gritar:
— Ei, estou aqui dentro,
quem pode me encontrar?!


Lilly Araujo 14/02/16

Um comentário:

  1. Eu tenho alguma coisa um pouco parecida, escrita. Pelo menos a ideia geral é a mesma. Lembro que no fim chamo pela minha mãe.

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