quinta-feira, 29 de novembro de 2018

POESIA INOPORTUNA

















POESIA INOPORTUNA

A Poesia bafejou na minha cara
o azedume do seu mau hálito.
Quis que eu acordasse,
nem sei porquê,
contrariando meu desejo de dormir.
(Dormir para me salvar)

A poesia insistente,
inoportuna, inútil
sempre quer falar.

Ela subiu no telhado,
olhou os carros multicoloridos
contrastando com seu humor
em preto e branco.

A Poesia quis pular,
para ver se também eu
saberia voar.
Mas eu não soube.

A poesia sempre me sacaneia.
Com o olhar de “cigana
oblíqua e dissimulada”,
me traí todos os dias!

Eu pulava sempre do telhado,
e não tinha asas,
como as que tinha a Poesia.
— Mas que diabos, ela me fez,
que eu nunca morria?

Lilly Araújo
-29-11-18

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por vir até aqui e ainda deixar sua opinião.Bjos!

MyFreeCopyright.com Registered & Protected