CARÍCIAS DE UM ABANDONO
Há dias que não como.
A levedura fétida dos pães amanhecidos
me embrulham os sentidos todos.
Há um certo ar de um ‘quê’ não resolvido.
Questões cíclicas em torno do meu umbigo.
Há noites e noites e noites que não durmo,
sob o sol desse abandono que me queima
numa cama insone e gélida.
Há sempre esse revolver de regurgito em minha boca:
a falta do abraço cálido, que me cale
esse clamor de autopiedade repetitivo.
Se estou só?
— não apenas isso— é que estou sem ti.
E isso é muito mais que eu poderia.
Há dias infinitos que não posso
sentir um orgasmo de flores desabrochando,
porque nesse limbo da penumbra,
eu só posso provar carícias de um abandono.
Lilly Araújo- 05/05/18
08:15h
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