domingo, 17 de dezembro de 2017

Noite curta

Noite curta

Quando a noite não for o suficiente para me engolir,
eu engolirei a madrugada
com gosto de tequila e sal,
e de fumaça de cigarro e incenso,
e sarro escondido no banheiro úmido de prazer.

Quando a noite for curta demais,
eu atropelarei as placas que dizem proibido estacionar,
e todas as demais que queiram me proibir,
seja do que quer que for,
porque a ordem da vez é seguir meu coração,
esse doido varrido,
que me aponta para cumes que eu temo escalar.

Quando a noite já não mais for,
eu ainda serei,
torta, densa, descompensada,
rasgada de desejo e de sussurros habitada.

16/12/16
Lilly Araújo
00:30h

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