Apatia
Hoje ninguém
me tirará de dentro de mim.
Quero o
aconchego do toque do cetim,
o abraço
soturno das penas da graúna,
e o silêncio
gélido da criatura noturna.
Amanhã não
sei mais se será assim como outrora,
ou se os
sonhos se desvanecerão na aurora,
por hora,
isso é tudo que quero estar: - perdida no breu;
no dentro;
no fundo; no impenetrável do eu.
Hoje eu
quero me resfolegar no vinho tinto,
despedaçar
sem piedade a minha taça,
e deglutir o
paladar do absinto.
Amanhã
talvez nasça outro desejo proibido,
e se me vêm
outros ares de graça,
eu finjo que
sou uma criança a brincar na praça.
Lilly Araújo
24/04/17
"Amanhã talvez nasça outro desejo proibido, e se me vêm outros ares de graça, eu finjo que sou uma criança a brincar na praça."
ResponderExcluirEu finjo sim... Lindo poema, parabéns, Lilly! bjos