quarta-feira, 17 de junho de 2015

Poema: História do Café


Eu me lembro muito bem,
das mãos enrugadas, das costas
encurvadas e os olhos anuviados
dos pais de minha avó,
fitando os grãos com a esperança
de um futuro melhor.

Eu me lembro dos panos,
dos sacos de linho grosseiro,
embaraçando-se uns aos outros,
frenéticos, aguardando a sua vez
de receber cada grão dentro de si,
para então completar o seu destino.

Eu me lembro das mãos
santas de minha mãe,
não tão enrugadas,
pegando a colheita já processada,
do grão agora pó,
e uni-lo à água fervente,
transformando-os em um só,
nesse matrimônio matinal e frequente.

Eu me lembro,
todos os dias,
que da labuta no plantio,
cheia de histórias e vida
e esperança e fé...
Chega às minhas mãos,
todos os dias,
uma xícara quente de café.

#Lilly Araújo 17\06\15

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