
Uma flor
Hoje de
manhã ventava muito,
o vento me
uivava segredos
que eu não
queria escutar.
Ventava
chicoteante,
e árduo,
e feria-me
os olhos suportar.
Foi então, ali,
bem no canto
de uma calçada,
que notei
meio desconfiada,
uma flor
tenra e frágil
a
despetalar-se sobre os açoites da vida.
Pus-me
pronta a socorrê-la,
com uma
compaixão
despretensiosa
e gratuita.
— Guardei-a
sob uma redoma.
Agora, era
bela e frágil!
Frágil e
bela!
E inocente!
E agora era
bela, e frágil, inocente
e
resguardada do vento.
Ah!(...)
Esse vento profano,
que varre para
longe os nossos dias,
e nossos
sonhos,
e as
crendices pueris do amor.
Mas não
sobre ela.
Não sobre
essa bela flor!
Lilly Araújo
02/01/2016 14:40h
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