O choro do amor possível é diferente!
Diferente do choro desesperado,
Num peito ressentido de um coração vazio.
Diferente sim, mas não menos dolorido,
não menos rasgado, nem menos invasivo.
Amar para um poeta é o verbo ser.
Ele ama todas as coisas impossíveis.
E de repente, o universo prega uma peça,
E nesse amor correspondido o poeta se vê perdido.
Perdido apenas não: — desconstruído.
Ah! o poeta sabe amar o mar,
os rios, poças d’águas, igarapés e oceanos.
Amar o céu, a Via Láctea, e estrela cadentes.
O poeta ama os insetos, e os duendes.
Ama o folclore e os botos.
E tudo isso ainda é muito pouco.
Mas o poeta se apaixonou por outro poeta!
O amor os trapaceou.
Bom, isso eu já não posso te explicar querido leitor.
Só sei dizer que hoje sou risos molhados,
Sonho acordado, e dores de amor.
Lilly Araújo
10-01-19