![]() |
POESIA
INOPORTUNA
A Poesia
bafejou na minha cara
o azedume do
seu mau hálito.
Quis que eu
acordasse,
nem sei
porquê,
contrariando
meu desejo de dormir.
(Dormir para
me salvar)
A poesia
insistente,
inoportuna, inútil
sempre quer
falar.
Ela subiu no
telhado,
olhou os
carros multicoloridos
contrastando
com seu humor
em preto e
branco.
A Poesia
quis pular,
para ver se também
eu
saberia
voar.
Mas eu não
soube.
A poesia sempre
me sacaneia.
Com o olhar
de “cigana
oblíqua e
dissimulada”,
me traí
todos os dias!
Eu pulava
sempre do telhado,
e não tinha
asas,
como as que
tinha a Poesia.
— Mas que
diabos, ela me fez,
que eu nunca
morria?
Lilly Araújo
-29-11-18
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por vir até aqui e ainda deixar sua opinião.Bjos!