
Meu charuto
Meu charuto mudo
me escuta atento a cada trago,
mas é ele quem me absorve
em minhas confissões desatinadas,
e nunca diz nada.
Meu charuto saborizado,
com gosto de chocolate,
me diz que a vida
não tem esse mesmo gosto,
a vida, meu amigo, bate.
E ele, resignado como eu,
aceita ser consumido
pela ponteira vermelha
da chama que o queima,
e o mata, e o dilacera.
Ele aceita o seu destino
de ser o que é.
Meu charuto mudo,
se sabe. Se aceita.
Já eu, verborrágica que sou,
vou tagarelando dúvidas
e palavras estúpidas
que ouso chamar de poesia,
e são apenas rabiscos que falam,
nem de tristeza, nem de alegria.
Lilly Araújo 11:45
04/03/17
com gosto de chocolate,
me diz que a vida
não tem esse mesmo gosto,
a vida, meu amigo, bate.
E ele, resignado como eu,
aceita ser consumido
pela ponteira vermelha
da chama que o queima,
e o mata, e o dilacera.
Ele aceita o seu destino
de ser o que é.
Meu charuto mudo,
se sabe. Se aceita.
Já eu, verborrágica que sou,
vou tagarelando dúvidas
e palavras estúpidas
que ouso chamar de poesia,
e são apenas rabiscos que falam,
nem de tristeza, nem de alegria.
Lilly Araújo 11:45
04/03/17